Paysandu, Campeonato Paraense de 1979 e 1980

Da esquerda para a Direita: Carlos Afonso, Albano, Chico Alves, Paulo Guilherme, Aldo e Marcos.
Agachados: Evandro, Carlinhos Maracanã, Darío, Roberto Bacuri e Lupercínio (Que infelizmente nos deixou ha poucos dias).

Por ANTONIO R. RODRIGUES NETO.

O Paysandu havia perdido o título de 1979 para o Remo. Aquele time de 1979, tinha como atração maior, Dario Maravilha quase em fim de carreira, em sua estréia no mês de abril daquele ano, jogo contra o Remo teve no Mangueirão não se sabe como, um público superior a 69.000 torcedores.

O campeonato foi disputado em quatro turnos, sendo que o Remo ganhou os dois primeiros e o Paysandu os dois último, indo os dois maiores rivais para o quadrangular final em igualdades de condições.

Na semana da decisão, a diretoria do Paysandu achou de programar uma jogo amistoso com o time completo, inclusive Dario Maravilha na vizinha cidade de Macapá. Ocorre que neste jogo, nosso artilheiro foi atingido no braço esquerdo por um zagueiro do time adversário e no dia da decisão do campeonato paraense daquele ano, não estava 100% em condições de jogo.

Mesmo assim, o Paysandu jogou muito bem e marcou um gol logo no inicio do segundo tempo através de Lupercinio, que formava o ataque juntamente com Evandro e Darío.

O problema é que do outro lado também tinha um time muito bom que havia feito um belíssimo Campeonato Nacional dois ano antes, em 1977 e tinha jogadores muitos bons como Bira que depois foi vendido para o Inter de Porto Alegre eu como torcedor do Paysandu tenho que reconhecer que aquele time do Remo era um timaço.

Ocorre que após o gol, logo no inicio do segundo tempo, o time do Paysandu parece que se “acomodou”, passando a jogar só se defendendo e diante dessa retranca, o Remo foi todo pra cima e na cobrança de um escanteio, após rebote da zaga do Paysandu formada por Albano e Paulo Guilherme, Luis Augusto, que jogou no Vasco nos tempos de Orlando Fantoni, acertou uma bomba de fora da área, sem chances para o goleiro Carlos Afonso, empatando o jogo.

Poucos minutos depois, num contra-ataque rapidíssimo, o centroavante Bira, que era artilheiro nato, ficou sozinho com Paulo Guilherme e após passar por este, não teve trabalho nenhum em mandar a bola mais uma vez para o fundo das redes de Carlos Afonso, decretando dessa maneira a vitória e conseqüentemente conquistando o tri-campeonato para o Remo.

No Campeonato paraense de 1980, o Paysandu veio bastante modificado, reformulou quase totalmente o time, inclusive contratou Luis Augusto que jogou pelo Remo no ano anterior.

Mas mesmo assim, o time não estava passando confiança para o torcedor, chegou a fazer algumas contratações de impacto, para ver se o time melhorava, entre essas contratações podemos citar Flávio, que havia sido campeão brasileiro pelo Internacional de Porto Alegre em 1976 e contratou também Chico Fraga que também havia jogado no time gaúcho.

Mesmo diante dessas contratações, o time não “engrenou”, chegando a perder alguns pontos para os times chamados pequenos.

O time era treinado por João Avelino, muito conhecido por todos, mas apenas o técnico não era suficiente para ganhar o campeonato e evitar o tetra do maior rival.

A torcida protestava nos treinos, nos jogos e não adiantava nada, a diretoria presidida por Antonio Couceiro, estava sem saber o que fazer.

A crise se instalou de vez quando num jogo, não me lembro bem se foi pelo primeiro ou segundo turno, contra o Tiradentes, que era formado pelo pessoal da Polícia Militar, o Paysandu foi derrotado, dentro da Curuzu por 1 x 0, gol do ponta-direita chamado Hermínio, num contra-ataque fulminante.

A torcida ficou inconformada, enfurecida, enlouquecida e queria de qualquer maneira, “falar” com o presidente, teve gente que ficou até às 21:00h esperando para ter uma “conversa” com a diretoria e nada dos dirigentes saírem do estádio.

Passado alguns dias, e já com os ânimos mais calmos a diretoria anunciou uma contratação que pra mim como torcedor apaixonado pelo Paysandu, foi a melhor de todos os tempos.
A diretoria acabara de acertar a contratação de Chico Spina, que havia sido campeão brasileiro invicto pelo Internacional de Porto Alegre um ano antes, em 1979.

Chico Spina chegou, e fez gols em quase todos os jogos, era artilheiro nato, se encaixou direitinho no esquema montado pelo técnico João Avelino.

No quadrangular final que foi disputado por Paysandu, Remo, Sport Belém e Tuna Luso, o Paysandu venceu todos pelo mesmo placar, 2 x 0, o ultimo jogo, que decidiu o título, foi contra a Tuna pois o Paysandu já havia despachado os outros dois participantes.

A decisão, não lembro bem porque, foi disputada num sábado a noite e eu não poderia deixar de ver o Paysandu ser campeão após 04 anos, pois o último título paraense havia sido em 1976. Pois bem o primeiro tempo, terminou 0 x 0, veio o segundo tempo e não demorou muito o Paysandu marcou com Lupercínio, que formava o ataque com Evandro (ponta-direita) e Chico Spina. O segundo gol foi marcado por Zezinho que tinha vindo do juvenil, (naquela época era assim que se falava) do Fluminense do Rio de Janeiro e jogava de Lateral Esquerdo.

O time daquela noite jogou com: Sérgio Gomes, Aldo, Lineu, Marcos e Zezinho. Luis Augusto, Carlinhos Maracanã e Patrulheiro. Evandro, Chico Spina e Lupercínio.

Bem estes são os relatos sobre os campeonatos de 1979 e 1980, espero que possa contribuir com a Comunidade Retrato na Parede.

8 comentários:

Anônimo,  14 de fevereiro de 2011 às 15:09  

caro amigo
este sérgio gomes, goleiro campeão de 1980 pelo paysandu hoje (2010) é treinador de goleiros da ponte preta de campinas.
teve uma brilhante carreira e quem saber de sua história acesse o site: www.boleirosdaaguarasa.com e ao entrar no site clique em "os Times", depois em "Os Craques" e finalmente em "Sérgio Gomes".
Um grande abraço a todos.
Waldevir Bernardo.

Anônimo,  20 de junho de 2012 às 11:34  

por onde anda o marcos,o que tá fazendo e qual o nome completo dele,
obrigado,
H.H

Arlindo 8 de julho de 2012 às 13:49  

Ninguém consegue computar entre os Re-Pas, um jogo dessa mesma temporada, acho que do segundo semestre por ter sido realizado pelo Brasileirão, em que o placar ficou 1 X 1. O Remo fez 1 a zero e o Paysandu empatou com Paulo Augusto, titular naquela partida no lugar de Lupercínio. O goleiro azulino era Zé Carlos que veio do Botafogo do Rio. Naquela época o gol de Paulo Augusto foi escolhido o gol do fantástico... Os historiadores só falam de um outro 1 a 1 da mesma temporada mas com outros atores...

Arlindo 8 de julho de 2012 às 13:53  

Ninguém consegue computar entre os Re-Pas, um jogo dessa mesma temporada, acho que do segundo semestre por ter sido realizado pelo Brasileirão, em que o placar ficou 1 X 1. O Remo fez 1 a zero e o Paysandu empatou com Paulo Augusto, titular naquela partida no lugar de Lupercínio. O goleiro azulino era Zé Carlos que veio do Botafogo do Rio. Naquela época o gol de Paulo Augusto foi escolhido o gol do fantástico... Os historiadores só falam de um outro 1 a 1 da mesma temporada mas com outros atores...

Unknown 31 de julho de 2018 às 14:35  

Tiver oportunidade de conhecer Albano,Lupercino, Patrulheiro, Roberto Bacuri e outros, na época jogava no juvenil na época desistir de ser jogador ingressei na Marinha do Brasil, hoje estou aposentado "grandes jogadores" saudades daquela época.

Unknown 24 de julho de 2021 às 13:01  

Tenho um conterrâneo q jogou no Paissandu ( Marcos )

Anônimo,  28 de junho de 2022 às 11:22  

Darío, o Dadá Maravilha, por onde jogou foi campeão estadual, segundo suas proprias palavras ao chegar em Belémem 79, menos no Pará, onde Bira reinava junto com outras estrelas azulinas, como Dico, Dutra, Adeson, Elias entre outros.

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